Mandei buscar uma estatua de Buda,
uma espécie de divindade oriental. Mas aqui, imersa no peito da pátria amada do
Ocidente, divindade, em meia a tanta
loucura nas ruas, tem outro nome, vem em cápsulas e se conhece por lítio. Bebo com
água, outrora, quando estou desmasiadamente descontrolada com vodca.
No prédio ao lado do meu,
pastores cristãos falam algo sobre a verdade, sobre uma palavra que pode lhe
salvar e conduzir aos céus, mas dentro do meu apartamento a única que palavra
que conduz aos céus, são proferidas em cima da minha cama.
Dentro do hospital que por ora
visito, existe um recinto que conhecemos por farmácia, lá se encontram a cura
de todos os males. Todos os males só serão curados, quando não houver mais
existência humana . Existem ciências hoje que já se aproximam da alma, porém
encontrar alma em seres como nós, tem se tornado cada dia mais difícil.
Por ora canso de ensaiar de
viver, e procuro alguma cena em que possa praticar um pouco de vida, mas não
tenho encontrado atores a minha altura que também estejam cansados de mera
encenações de vida comum.
Queria, mas querer me limita,
tanta gente quer, tanta querência nesse mundo para que? Se o querer é quem
destrói. Hoje me dói saber que só existira caminho para o futuro, através do fim
do passado, só haverá o progresso, quando houver a morte do natural.
O corpo humano, é um templo. Mas
na história descobrimos que os templos são facilmente destruídos,
principalmente nós, seres racionais, que nascemos carregando todo mal e todo
bem. Nascemos dotados de um fim, que não há como fugir.
Viver os instantes de felicidade
que a vida me empresta, é o que devia fazer a partir de hoje. Contemplar meus
sonhos, enquanto nesse presente, ainde posso realiza-los. O medo que sinto do
que virá, as vezes me perturba tanto. Mas o que virá?
Encerro esse desabafo com muito
amor, e ternura, espero que sempre possam encontrar algo bom. que possa refletir-me, em minhas palavras.
Obrigada,
Madame Bleue.