quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Preguiça de Catalina - Part III - O FIM, por Thiago Almeida.

Obs.: Galera esse post é o fim da história, ela começa na parte I "ô, não me diga" mas bom, só avisando. Bjs.
PARTE III - FIM



Acordou no outro dia, com os tamancos de sua mãe batendo sobre o velho piso de madeira do hall que dava pra escada de sua casa, em seguida o despertador tocou, era hora de levantar, uma preguiça avassaladora dominou Catalina, mais uma vez e venceu, ela adormeceu.

Por volta de uma da tarde, Catalina desceu as escadas e deu de cara com sua mãe que ainda parecia estar muito irritada, a mãe estranhou a presença da filha, pois achou que a mesma tivesse ido ao trabalho.

- Catalina Ivana, o que você está fazendo em casa? - perguntou sua mãe, dona Constanta que estava sovando no balcão de mármore da cozinha uma espécie de pão.

- Não fui trabalhar, e não, eu não estou preocupada mamãe - respondeu severamente Catalina.

- Sinceramente eu não sei o que você pensa da sua vida minha filha, termina um noivado, não quer trabalhar, nunca quis estudar, não tem amigos, não sai de casa nos dias de folga, tudo pra você se resume a dormir ou ficar em seu quarto, Catalina você não é invalida, você está viva e ainda é muito jovem pra esse tipo de comportamento - falou em tom de sermão dona Constanta.

- Mãe, com todo respeito, eu estou cansada, então vou subir e dormir - disse Catalina

- CANSADA? você dormiu até essa hora, não faz nenhum serviço doméstico, nem seu quarto você arruma!

- Você bem sabe, seu pai e eu vamos voltar para Romênia, daqui dois meses, está tudo pronto e você diz que não quer ir - Disse Dona Constanta ... Ela e o Sr. Ivan iriam voltar para Romênia, para viver uma vida simples no campo como planejaram, mas estavam preocupados com o destino incerto de Catalina.

- Sim, eu sei, mas eu ficarei por aqui, respondeu Catalina - que subiu as escadas, deitou em seu quarto, acendeu alguns cigarros, o cheiro de nicotina lhe incomodou, mas ela deixou a preguiça novamente lhe dominar e não abriu as janelas, continuou fumando até adormecer... e teve um sonho, daqueles que parecem filmes e nele ela se via em diversas situações, como as suas faltas na escola, os "bolos" que dava em seus namorados, amigos, parentes, a sua vida dentro daquele quarto, "encafifada" como dizia sua mãe, essas cenas de omissão àvida eram embaladas ao som de “Piece of my Heart” ... de repente Catalina desperta, e enxerga somente fumaça a sua volta, era difícil respirar, algo parecia estar queimando, era muita fumaça, e naquele momento, de repente um sujeito esquisito, baixinho, sentado, com orelhas pontiagudas apareceu e sorri para ela. Entorpecida pela fumaça e pelo o desânimo, perguntou bem baixinho:
Ilustração de Belphegor do Dictionnaire Infernal

- O que é você?

- Sou Belfegor, um velho amigo seu.

Catalina, não reconheceu esse nome de imediato, mas logo seus neurônios responderam e ela assimilou:

- Mas não é possível, Belfegor que conheço é um demônio, tido como o demônio da preguiça...

- Isso mesmo, adoro quando sou reconhecido - respondeu com sua voz aguda e ofegante, em um tom irônico.

- Fala sério, mas você existe? Estou louca? estou sonhando?

- Não Catalina, você está morta de preguiça - deu uma risadinha irônica e prosseguiu - No sentido literal - e riu novamente.

- Vou lhe contar, te acompanho desde os 13 anos de idade, e agora vim buscá-la para viver comigo em meu reino, serás minha nova escravinha, acho que usarei sua barriga para descansar meus pés cansados - falou o demônio - Lembra aquele suposto pacto que você achou ter feito no cemitério com suas amigas? Pois bem queridinha você realmente o fez, eu aceitei de bom grado, você e aquelas pentelhas.

- Mas não pode ser, e essa fumaça? - a fala de Catalina foi interrompida por uma tosse brusca.

- Essa fumaça foi à causa da sua morte, o cigarro caiu e queimou tudo, você não está enxergando?

- E dizem que o diabo ainda é ruim, olha só, a primeira coisa que queimou nesse muquifo foi seu guarda roupa de péssimo gosto, por sinal, que seu pai, o velho reclamão vivia ameaçando queimar.

- Não fala assim do meu pai, seu idiota - Catalina revidou as palavras da criatura.

- Pai? - riu o diabo - Seu pai agora sou eu, e vamos logo que ainda tenho que buscar mais criaturas desprezíveis como você ...ah, e história sobre ser minha escrava, é brincadeirinha, isso é mais de uma das mentiras da igreja.

O diabo agarrou o braço robusto de Catalina e sumiu no ar, feito mágica.

Chegando ao inferno, passaram primeiro no Ministério dos Pecados, para registrarem Catalina.

- Ministério dos Pecados? - Catalina riu - Essa é boa!

Olhou em sua volta, e viu em uma imensa placa: Departamento dos pecados capitais, 666° andar.

- Vamos - falou Belfegor - Temos que tirar seu RGI.

- RGI? - O que é isso? - Perguntou Catalina

- Registro Geral do Inferno, né? Dúúr - Debochou o diabo.

Chegando ao andar, Catalina entrou na fila e viu logo em sua frente, políticos conhecidos, pastores de igrejas, e murmurou consigo mesmo “Meu deus, eu tô louca”.

De repente ouviu-se um sinal, uma sirene, como as usadas em carros de polícia, todos ficaram alvoroçados, incluindo Belfegor e logo entraram pela saída de emergência dois homens, com pequenos chifres, calças de couro, coturnos desgastados e cabelos enormes, lembrando os roqueiros que Catalina costumava se interessar. Foram em direção da moça e abordaram-lhe:

- A senhorita disse a palavra proibida no inferno, e será multada a ouvir 999 vezes... deixe-me ver, você é do Brasil, então o pior castigo para você, de acordo com o guia rápido dos agentes do inferno é, ouvir o cd completo do Padre Marcelino Rossi, e ficará sem poder beber, fumar e sem pecar durante um dia inteiro ouviu? - Falaram um dos agentes, em um tom não muito certo do que estavam falando.

- Mil perdoes, ela é novata no inferno e ainda não sabe as regras - Interrompeu Belfegor

- É sua obrigação, ter passado a ela, no momento que a recolheu - Argumentou um deles.

De repente Catalina, envolvida num estado de êxtase e choque pergunta a um dos agentes:

- Meu De... Digo Meu diabo, você por acaso era o vocalista da banda Demônio Revolucionário?

- Sim, por que o espanto? Sou o “Podrêra” e esse aqui ao meu lado é o “Pagão” o baixista da banda - respondeu o semi-demônio.

- MAS O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? VOCÊS MORRERAM, TEM UNS TRÊS ANOS!

- Sim, e você também morreu, esqueceu? - rebateu Belfegor - Minha querida, pode acostumar-seaqui no inferno você encontrará muita gente conhecida, você verá que não é um tédio como o céu, aliás, muitos não suportam viver naquela chatice e pedem transferência externa pra cá.

- Eu sou fã deles, Be..l...fagar...

- BELFEGOR, B-E-L-F-E-G-O-R - por favor, é uma afronta errar o nome de um demônio tão importante como eu.

- Então, deixaremos passar dessa vez, mas tome mais cuidado.

- Pppprazeer. – tentou dizer Catalina

- Prazer? aqui a gente tem muito disso garotinha, estamos indo, até uma próxima....



Catalina pensou que estava no paraíso, um lugar aonde ser preguiçosa não era pecado, onde o hino nacional era cantado por uma banda de “Heavy Metal”, onde vodka brotava nas fontes, ali era o lugar que ela sempresonhou. Não precisaria trabalhar, não precisava se preocupar com nada, somente em ser ela mesma.



666 dias depois....

Catalina mudou-se para cidade do rock, um condomínio nobre no inferno, vive feliz com seus vizinhos celebres, outro dia desses, ela e Janis se encontraram e andaram peladas no bosque libertino.

E senhor Ivan e a Dona Constanta, continuam rezando pela alma de sua filha, porém sem muito êxito, voltaram para Romênia e estão felizes - Dona Constanta às vezes fala - O senhor sabe o que faz, se ele a levou, ele tinha um lugar melhor para ela.

Mal sabe Dona Constanta, mal sabe....






Thiago Almeida.


A Preguiça de Catalina - Part II, por Thiago Almeida.

PARTE II

Os dias se passavam, e Catalina estava cada vez mais preguiçosa, inventava doenças, criava congestionamentos,tudo para justificar suas faltas e atrasos no trabalho. Em um desses dias seu celular toca, e ela o atende:

- Catalina, gostaria de almoçar com você hoje no shopping, é possível? - era Dimmitri, e carregava em sua voz um tom.frio e desdenhoso, Catalina achou estranho, já que ela não via o noivo há mais de três semanas, e sim, ela não fazia a mínima questão . Dimmitri, era filho de um casal Russo de classe média alta, era advogado no escritório de seu pai e bem religioso, Catalina não o suportava, mas sua mãe lhe dizia que era um bom partido e que não deixaria faltar comida para seus futuros netos e que ela não podia deixá-lo escapar, na verdade tudo que ela queria, era escapar daquele noivado, Catalina se bastava.Pensar em si mesma e se ocupar fazendo nada eram compromissos inadiáveis para ela.

Ela respondeu:

- Não querido, o shopping é muito longe, vamos comer lá em casa mesmo?

- Temos que conversar e prefiro que seja a sós. - indagou o rapaz.

- Então me pegue meio dia, pode ser?

- Sim, meio dia estarei na recepção.

E se despediu de modo prático, sem lhe falar dos jogos de tênis, ou de sua coleção de tampinhas de garrafa, bem diferente do habitual, Catalina sabia que algo havia acontecido. Ligou no ramal de seu chefe e lhe falou que teria que levar sua mãe ao hospital e por isso precisava ser liberada do turno da tarde “ Vou aproveitar o almoço com aquele panaca, para dar uma fugidinha do turno da tarde” - pensou Catalina.

E já pensava no momento em que se despediria de Dimmitri, chegaria em casa e deitaria em sua cama macia, ouviria seus CDs de rock “pauleira” e iria comer as barras de chocolate que ela havia comprado na doceria nova da esquina e dormiria em um sono profundo e relaxante.



Meio dia, shopping lotado, era Julho, crianças para todos os lados e Catalina reclamando da escada rolante estar desativada pois algum garoto havia enfiado algo na engrenagem da escada. Na decisão de onde comer, Catalina opta por fast-food, "Essas coisas ainda vão te matar", ouve em seus pensamentos a voz aconselhadora e gritante de sua mãe ecoando-lhe sobre a cabeça, "Ainda bem que você está tão longe mamãe” com essa frase mentalizada afastou a voz de dona Constanta..

- Pois bem, fala Dimmitri, o que você quer?

- Serei direto, como você sempre gostou que eu fosse Catalina - respondeu o jovem

- Só espero que não seja pra desabafar sobre as crises da sua mãe, manda essa mulher pro sanatório logo.

- Não é sobre minha mãe!

- Não?
Poster de Janis, no quarto de Catalina.

- Não, é sobre nós, quero terminar nosso noivado, acabou pra mim, estou farto da sua displicência com minha pessoa

- Ahn? era isso? por que você não me disse no telefone? também estou cansada de você, da sua mãe louca e do seu vocabulário jurídico.

- Como eu imaginei Catalina, você não gosta mesmo de mim, uma pena, pois eu acho que te amo.

De repente Catalina cuspiu a batata frita que mastigava lentamente:

- ME AMA? Desculpe Dimmitri, mas não nasci para o amor, não quero ser como minha mãe, quero ser livre, quero ter minha liberdade, quero acordar e poder fazer mais uma tatuagem sem me preocupar com o reverendo, com minha família, quero durmir até tarde...você vai arranjar outra moça que se interesse por você e pela sua coleção de tampinhas - debochou Catalina.

- Isso tá maravilhoso, diz Catalina, referindo-se as batatas fritas.

Dimmitri se cala, e deixa a mesa bruscamente de cabeça baixa, certamente ele estava chorando, mas isso não abalou as estruturas do mundo de Catalina, ela devorou seu sanduiche, desceu as escadas, comprou cigarros na banca de revista e foi embora de taxi.



- Em casa? essa hora? - perguntou dona Constanta, curiosa.

- Sim, me liberaram mais cedo, vi seu queridinho hoje mãe, o chato do Dimmitri... e ah, terminamos nosso noivado - falou Catalina

- MEU SANTO DEUS! COMO TERMINARAM? O QUE VOCÊ FEZ SUA CRIA DO DEMÔNIO? SIM... Catalina bateu a porta do seu quarto e colocou um disco de vinil de sua cantora favorita, deitou em sua cama, acendeu um cigarro, mordeu um chocolate e logo após adormeceu.

CONTINUA....

A Preguiça de Catalina, Part I, por Thiago Almeida.

PARTE I



Tudo acontece no centro da cidade, uma casinha modesta que resistia bravamente entre prédios que pareciam achatar-lhe, "Casa modesta, sim, mas construída com dinheiro ganhado por seu pai com muito suor!", era o que sempre dizia Dona Constanta Popescu, uma senhora de 62 anos.

Dona Constanta era uma mulher um tanto quanto rechonchuda, tinha um longo cabelo branco que sempre estava preso sobre um coque, adorava literatura, principalmente as oriundas de seu saudoso pais natal, a Romênia. Ela freqüentava assiduamente a Igreja Ortodoxa do bairro Baltazar Cortês, adorava cozinhar e contar histórias de sua infância e lamentava sempre que podia o fato de estar em um país estrangeiro, era casada com o Sr. Ivan Popescu, dono de uma mercearia no centro da cidade onde se vendia iguarias da qual importava de seus parentes na cidade de Giurtelec, onde ele e sua esposa nasceram.

O senhor Ivan era um homem de 65 anos, muito rústico, adorava coisas simples como a comida de sua amada esposa, ir à missa, fazer contabilidade de sua loja com o velho papel e caneta, - sim, ele recusava o uso de computadores ou calculadoras.Tinha uma pele sardenta castigada pelo o tempo e o cansaço, longos bigodes e sempre estava de boina e cantarolando canções religiosos em sua língua natal, o romeno.

O casal tinha 4 filhos, três voltaram para Romênia, para suas cidade natal e já haviam se casado e a mais nova Catalina Ivana Popescu, que tinha pavor só de pensar em viver naquele pais frio, trabalhando em lavoura. Catalina tinha 30 anos, se formou em ciências contábeis e trabalhava na tesouraria da prefeitura desde então, ruiva e com grandes olhos azuis, estava bem acima do peso. Tinha um noivo, Dimitri o qual não pretendia se casar. Ela era fã de Janis Joplin, adorava cinema, astrologia, e dias de folga o quais passava vendo TV. Tinha um hábito o qual seus pais desaprovavam,era fumante e não iria abandonar o cigarro por nada.

Certo dia, Catalina respondeu um teste em um revista velha deixada no escritório, no titulo dizia: VOCÊ É SEDENTÁRIA? O resultado de Catalina foi acima da média para negativo, e um conselho da revista alertava: Cuidado, pratique atividades físicas, sedentarismo não combina com mulheres do século XXI, o que pensarão suas amigas se você não couber naquele vestidinho da estação. Catalina deu uma risada irônica e pensou - Mulher do século XXI? Haha, nesses momentos tenho que concordar com mamãe e ser uma mulher da idade da pedra - pegou delicadamente sua cigarreira e acendeu velozmente um cigarro.



Catalina tinha pavor de qualquer atividade física, no sentido bem literal, unilateral e semi-lateral da palavra.

- Foi uma luta com essa menina, se eu a deixasse nem teria terminado a escola, só queria saber de ficar em casa e ouvindo aqueles enviados do satã, que a deixavam possuída! - indagava dona Constanta.

Os enviados do satã na verdade eram as bandas de rock que Catalina ouvia em sua adolescência, e a suposta possessão eram frutos dos gritos de Catalina em momentos de explosões hormonais, culminados pelas regras "caretas" de seu pai.



- Na verdade ela só melhorou depois que o pai ameaçou queimar aquele guarda-roupa fúnebre dela, e das minhas novenas e promessas que fiz para o senhor Jesus e dos sermões do reverendo - dizia a mãe

- Depois dos sermões do Reverendo Tudor, ela deu uma melhorada! Mas mesmo assim o pai tinha de lhe deixar todo santo dia na universidade, porque senão ela passava o dia no quarto, com aquele troço fumarento "Dona Constanta não falava a palavra cigarro, fumante e seus derivados em sua casa", que deus tenha piedade da alma da minha filha

Existiam duas coisas na vida que Catalina temia: Acordar cedo e os sermões do reverendo Tudor.

 
CONTINUA....

A Preguiça de Catalina, por Thiago Almeida.

Boa noite senhores, demorei, mas cá estou com uma nova postagem, ainda referente ao especial dos SETE PECADOS CAPITAIS, o tema seguinte é a preguiça, pecado qual eu admito que sou bem adepto.
Espero que gostem da breve história de Catalina, fiz com carinho.

Beijos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ganância - Part II, por Thiago Almeida.

O suficiente se é no momento,

Somente

Paisagem perfeita:
- Jóias na vitrine
Momento perfeito:
- Quando ornadas sobre mim

Os bons sonhos?
São os embalados
Nos leitos de um castelo

Perfume ideal?
Os mais caros
Nos melhores frascos
E que entorpecem os bolsos mais cheios

A melhor bebida
A que mais borbulha numa taça de cristal
E na cabeça de quem me promete

Não me fale de intenções
Meu idioma é muito caro
Porém, o entendo melhor quando perco
Algarismos de vista

Levem-me ao altar
Bem alto, na sacada de um palácio
Mais perto dos deuses, para vestir-me como tal

Se me reclamam o amor a natureza
Digo que amo, pintada nos quadros mais caros

Sobre meu passado?
Já houve alguns disparos
Mas o cheiro de jasmim
Sempre foi mais forte que pólvora

Acusam-me de ganância
Os acuso de não me pagarem o suficiente

Vivo para isso, para o ter
O ter tudo, tudo no mundo

Não pode haver riqueza em minha alma
Se não existir em meu cofre.




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Boa noite senhores.
Já chegamos ao terceiro poema do especial, e espero não perder o pique para os próximos. Obrigado a quem está me acompanhando e comentando, aos que não comentam tambem obrigado.

Voltem sempre.

Beijos.

Thiago Almeida

Ganância

Um provérbio flamengo diz: "O mundo é um monte de feno - reúne todos quantos ele pode."Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe. É um egoísmo excessivo direcionada principalmente à riqueza material, nos dias de hoje pelo dinheiro. Contudo é associada também a outras formas de poder, tal qual influencia às pessoas de tal maneira que seus praticantes chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar chegando ao extremo de tirar a vida de seus desafetos.
No cristianismo, é o pecado capital a avareza.


Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gula - Part II, por Thiago Almeida

Toda tarde, saio do trabalho
Atravesso becos escuros
Alucino, só penso em encontra-las
Novas, saborosas e cheirosas

Sentir teu cheiro, teu sabor
Morde-la com carinho
E devagar, bem devagar

Sento-me na mesa mais próxima
E a observo como os outros rapazes a devoram
Dirijo-me ao balcão
Peço uma, é só para começar
Duas pra alucinar
Já foram três
E quatro serão pra uma irmã que jamais existiu

Experimento outros sabores
Outros temperos e tudo me é pouco
Um vinho, um pouco de chá, um café
Morango, salgado, chantilly, amargo
Nada é o suficiente

Já está para anoitecer e ainda estou preso
Na prisão dos desejos, dos sabores
Garfos, louça barata, colheres

Chego em casa, ligo o som
É o tempo para eu começar meu ritual secreto
Onde ninguem pode ver, comer

Rasgo o embrulho,
Rasgo no dente
E devoro, devoro a fome, e devoro a mim

Sem dedo alheio, sem olho
Sem pedaço, sem limite.


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Mais um, bem fraquinho, tentei ser engraçado mas meu lado Chico Anisio não anda dando as caras.
Espero que gostem de "A Gula", afinal é um pecado tão gostoso né?

Beijos de morango rs

Thiago Almeida.

Gula

A gula demonstrada por Hieronymus Bosch em detalhe de The Seven Deadly Sins and the Four Last Things.Gula é o desejo insaciável, além do necessário, em geral por comida, bebida ou intoxicantes.
Para algumas denominações cristãs, é considerado um dos sete pecados capitais. Segundo tal visão, esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança. Entretanto, a gula não é considerada um pecado universalmente; dependendo da cultura, ela pode ser vista como um sinal de status.

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Luxúria - Part II, por Thiago Almeida.

Em um quarto de hotel
Tudo é válido, se esconde do mundo
Joga-se ao contrário

Prazer, noite, álcool e suor
Cheiro de sândalo, mais um delírio
Cama vazia, chão sem espaço
Bebida servida, fumaça e calor

Vestidos rasgados, maquiagem borrada
- Prato cheio,
Orgasmos abafados com anéis de brilhantes
Vidro quebrado, perfume no ar

Não se conhece o amor
Não se conhece o pudor

Batom vermelho, sangue derramado
Vinho tinto, adultério
Flores secas, vidas vazias

Sentimentos profanos, feitiçaria
Cartas fora do baralho
Noite de orgia, risos sem fim

Tudo se compra tudo se tem
Tudo se quer tudo se come


Thiago Almeida.
 
Espero que tenham gostado.
E como costumava dizer Fernanda.

Beijos lascivos.

Luxúria

Boa noite senhores, como foi falado, vim apresentar-lhes o primeiro poema (ou uma tentativa) do especial sobre os Sete Pecados Capitais, também irei falar um pouco sobre esse pecado e sua relação com o demônio

Asmodeus


Asmodeus é normalmente representado com asas e três cabeças: uma de homem com hálito de fogo, uma de touro e uma de carneiro, simbolos de virilidade e fertilidade.Asmodeus (em grego: Asmaidos, em latim: Asmodaeus, Asmodäus, em hebraico: Aschmedai (Talmud) é um demônio da mitologia do Judaísmo (Livro de Tobias 3,8,17).
Asmodeus é considerado um dos cinco príncipes do inferno abaixo de Lúcifer. É o demônio regente do sexo e da Luxúria. Também influi nas brigas entre casais. No livro deuterocanonico de Tobias, é citado como o assassino dos noivos de Sara. Deus envia o Arcanjo Rafael para guiar Tobias, encontrar Sara e prender o dêmonio nos mais altos picos terrestres. Depois de completar sua missão, o Arcanjo cura Tobit pai de Tobias e retorna para a Corte celeste.
Segundo seitas satânicas, a letra inicial de seu nome é parte integrante do acrônimo Baal, nome de deus pagão citado tanto nas escrituras sagradas do Torá (judaísmo) quanto na Bíblia (cristianismo), que se traduz nos nomes dos demônios Belzebu, Astarot, Asmodeus e Leviatã.



Luxúria

 
A luxúria é um pecado capital, ou seja, um pecado mais forte que segundo a doutrina católica, serve de "porta" para levar a outros pecados, no caso da luxúria há diversas ramificações como, por exemplo, a prostituição, sodomia, pornografia, incesto, pedofilia, zoofilia ou bestialismo, masturbação, fetichismo, sadismo (busca de prazer inflingindo dor ao parceiro) e masoquismo (busca de prazer recebendo do parceiro punições que envolvem dor), desvios sexuais, e tantos outros pecados relacionados com a carne. A luxúria segundo a mesma doutrina pode acarretar em consequências como por exemplo o estímulo ao aborto (no caso de gravidez indesejada), transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, abuso sexual (no caso de pessoas com desvios sexuais que buscam na submissão do outro o seu prazer ou em pessoas que sofreram na infância tais abusos). Portanto a luxúria seria uma porta de acesso a outros pecados (desvios morais).
Em Bhagavad Gita, o Senhor Krishna disse: "É a luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita. A luxúria é insaciável, e é um grande demônio. Conheça-a como o inimigo." (3.37)


fonte: wikípédia

Pecados Capitais


Representação dos Sete Pecados Capitais por Bosch.Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais se trata de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano. O que foi visto como problema de saúde pelos antigos gregos, por exemplo, a depressão (melancolia, ou tristetia), foi transformado em pecado pelos grandes pensadores da Igreja Católica.

Assim, a Igreja Católica classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.

Comparação com os demônios


Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios, seguindo os significados mais usados. De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:



Asmodeus - Luxúria
Belzebu - Gula
Mammon - Ganância
Belphegor - Preguiça
Azazel - Ira
Leviatã - Inveja
Lucifer - Orgulho


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Essa será minha nova proposta, escrever poemas, contos, historias, pensamentos sobre os sete pecados capitais.

Em breve eu postarei o primeiro texto e falarei mais sobre o pecado em si.


Obrigado,


Thiago Almeida.

Sem direitos, por Thiago Almeida.

 Quando nasci, por premissa do destino
Fui culpado, de um crime que eu jamais poderia vir a cometer

Como sanção disseram-me
- Amarás, somente.

Como praga rogada de mãe
A amei, e no amor descobri minha pena

Tentei um trato com os deuses
Mas disseram-me algo sobre sina

Entreguei-me ao diabo
A aquele frasco, ao meu destino carrasco

Pretendo não mais voltar
E assim será,
Sei que foi o suficiente para uma dose mortal.




Thiago Almeida - Já pode rir rs

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ciúme/Perda, por Thiago Almeida.

Efeito colateral de quem ama
De quem ousou se apegar
Acompanha loucuras e lágrimas
E faltas bruscas da razão

Na noite boêmia se faz
No coração daquele que não soube dosar seu amor
E por ele se perdeu


Grande companheiro, sempre nos reserva o melhor lugar
Aonde a bebida é mais amarga, e a dor não se esconde
Faz-se advogado, de causas jamais ganhas
Porém ardorosamente defendidas

O amor é seu álibi, a proteção é o seu erro
E com esse letreiro, leva inocentes corações
A atravessarem os mares do ódio
E chegarem aos braços da amargura

Não existe afago, não existem abraços
Existe a dor, o fim de noite
Solidão, eterna, para os mais fracos na emoção.


Thiago Almeida.
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Mais um, saindo direto da bregolândia :D
ps: falta corrigir alguns errinhos rss

Paloma Negra

Ya me canso de llorar y no amanece
Ya no sé si maldecirte o por ti rezar
Tengo miedo de buscarte y de encontrarte
Donde me aseguran mis amigos que te vas
Hay momentos en que quisiera mejor rajarme
Y arrancarme ya los clavos de mi penar
Pero mis ojos se mueren si mirar tus ojos
Y mi cariño con la aurora te vuelve a esperar

Y aggaraste por tu cuenta la parranda
Paloma negra paloma negra dónde, dónde andarás?
Ya no jueges con mi honra parrandera
Si tus caricias han de ser mías, de nadie mas

Y aunque te amo con locura ya no vuelvas
Paloma negra eres la reja de un penar
Quiero ser libre vivir mi vida con quien yo quiera
Dios dame fuerza que me estoy muriendo por irla a
buscar

Y agarraste por tu cuenta las parrandas



http://www.youtube.com/watch?v=q2EYKaHckG0

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Solidão, por Thiago Almeida.

Esta noite de certo receberei sua visita
Sempre pontual, chega toda noite
Entra sem anunciar
E sempre traz consigo o perfume daqueles que amaram
Senta ao meu lado, sussurra um fado de dor em meus ouvidos
E me oferece um cigarro, uma bebida, daquelas que amargam na boca e na alma

Toca na minha ferida, e tudo começa
Não tem piedade, me encara de frente
Mostra-me suas garras, suas vitórias

Tento fugir, deitar-me sob o efeito de uma aspirina
Mas ela não deixa,
Senta sobre a cabeceira da cama e me mostra o teu retrato
Aquele tirado em dias de luz,
Me empresta seu fosforo e o queimamos
Se queima tambem meu coração

Quase ao amanhecer, se vai
Junto com sua devassidão, me deixa
Em meio a garrafas vazias, cinzeiros lotados
Um pedaço queimado daquele retrato
Querendo-te.


Thiago Almeida

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Poema BEM experimental, que será melhorado de acordo com minha criatividade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Amor, por Thiago Almeida.

Que surpreendente o destino é, e transformador, capaz de tornar uma tarde
Onde na tv se previa baixos indices de reencontros e altos indices de temperatura
Rever você como sempre, um sonho, um extâse, a minha felicidade.

Sua voz rouca e mansa, sempre com um discurso inocente engatilhado,
Seu sorriso iluminando o mundo, o meu mundo, que é invadido por uma brisa perfumada
E pelo o brilho do sol, seu sol, é o sol.

Um dia poderemos nos tornar um só, um só planeta, numa constelação de amor.



Brega, mas escrito com as palavras que saem de meu coração.

Thiago Almeida

Sim... Eu te amo.

http://www.youtube.com/watch?v=q9sAhDW1Qi4


Não tem onde caiba.


Amo por demais essa música e essa interpretação de Gal.

Fica a dica.

Thi

Como eu te amo!

COMO EU TE AMO!

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua;

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;
Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;




Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-te os lábios meus, -- mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti.-- Por tudo quanto eu sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta sofrer, por tudo que te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saberás
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem eu te revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.
DIAS, Gonçalves. Como eu te amo.