sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010, ano branco, por Thiago Almeida.


Dias de branco, céus ensolarados, dias de preceito.
Decepções, lágrimas, paciência, resignação, felicidade;
Dias de nunca esquecer, de sempre lembrar, dia de trabalhar;
Estudar, andar, louvar, amar, odiar, gritar, acarinhar.
Dias de vitória, de derrotar, cabeça erguida, sempre.
Viver assim, foi bom demais, axé, motumbá meu rei Oxalá.

2011...

30/12/2010, por Thiago Almeida.

Penult day of year, in end of night.
Blue shirt, with the most beaultiful smile,
With his charming way, with his eyes that disarm me,
With the scent that marked my heart,
Bring in your heart,things to me that i never saw like this,
Bring to me one beautiful flower, and kiss me as I always wanted.

Thank you for the lovely night, my dear;
Thank you for your hugs strong and unforgettable;
Thank you for your smile that makes me crazy;
Thanks for seeing me as I always see you.
Thanks for the more fragrant rose in the world, and it is the more because you gave me.

I'll never forget it, I'll never forget you.
Thanks, I adore you.
My dear little dendênzin ! <3

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Onde Deus Possa Me Ouvir - Vander Lee

Sabe o que eu queria agora, meu bem...?
Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém.
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair.

Adeus...

Leitora-Personagem-Escritora, por Thiago Almeida.

Ontem à noite, depois de uma sessão de tortura no escritório, cheguei em casa tomei um gole de conhaque e fui foliar alguns escritos meus, - confesso foi duro, assim por demais.

Encarar de frente toda realidade minha que toma forma em letras miúdas e em frases que me golpeiam o espírito de tanta realidade prostrada.
Nunca pensei, que alguém tão pequena como eu pudesse falar tanto de amor, de dor, de decepções interruptas de uma vida nem tão grande assim - Cristo, minha realidade não é das mais boas - ou talvez ela seja igual à de todos, mas todos, não falam de si dessa maneira vulgar que costumamos nós escritores chamarmos de literatura.
A cada página virada, eu completava meu copo, era como um circo de horrores, eu não imaginava que meus diários fossem feitos de tão pura crueldade humana - Céus não se trata alguém que diz amar assim! Não sei.
Porém também revi mais adiante que santa eu não sou, não sou tão puro amor assim, alguns já foram massacrados em minhas mãos, sei dar o bote também - ora, mas também pudera, fui confrontada muito cedo com o sentimentalismo barato dos homens - falsidade pura. Quase sempre, sim.
Então reli um texto que jamais tive coragem de publicar, um escrito tão pessoal, - uma carta de despedida pro grande amor , desses que chamamos de amor da vida, sério e sóbrio, hoje morto - tão carregado de mim, de meu orgulho de minha inversão de valores, de minha falta de capacidade de saber amar que me arrancou um grito tão alto que fui abordada pela empregada – argh, eu estava transtornada de ódio e rancor.
Escritores são pessoas reais, idealizamos um amor, idealizamos situações de felicidade e infelicidade, o que parece nos dar algum crédito perante a vida, alguma facilidade em saber conduzir os fatos - mas não é assim, sou mulher, com carne, peito, bunda e talvez um pouco usual - mas sim, cerébro. Amo, e erro também, não sei nada, tudo que escrevo é apenas não me pertence, são palavras colocadas em frases que brotam da minha cabeça e do coração. Não posso me abster da realidade dos comuns viventes, sou comum, gosto do comum não tenho o dom da palavra, tenho a petulância de lidar com ela.
Vou subir e ir pra cama, não gosto de me expor assim - que irônia não é mesmo? - exposição maior que meus escritos, não sei se tem, talvez porque quando escrevo só eu sei do que falo, muitos pensam entender e muitos dizem me ler - prefiro que me sintam, este é meu segredo não tão secreto e nem tão importante assim.  Pensei comigo Talvez eu nunca mais escreva, pensei nas pobres garotas do interior, sonhando com os cavalos brancos dos livros de literatura infantil incansavelmente lidos e depois se confrontando com a realidade que eu suponho ter noção, e que jogo na cara de quem se atreve a abrir um livro de minha autoria.
Seria crueldade deliberada, ou seria um excelente aviso? – Não, não vou questionar-me sobre isso, simplesmente jamais voltarei a ler-me assim, pois falar de mim é tema restrito entre mim e minha alma. Sou reserva, sou mistério, sou você, sou eu.


Madame Bleue.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

50 posts!

Tantas leituras, tantas palavras, tantas desilusões, tantas felicidades... um pouco de mim em cada verso, basta ter a malicia do leitor que é contemplado com verdades em versos que chamamos de poesia, ou em contos, que retratam minutos, fantasias, mentiras verdadeiras... tanto assim.
Quero postar um video que eu adoro, pra compartilhar este momento com quem perambula entre minhas palavras.

Obrigado, a quem sempre lê, quem sempre tem a paciência e o carinho em cada convite meu.


Beijos.

"não me axei a clarice hein? kkk"

Arrasada, por Thiago Almeida.


Meia noite sinto que serei um problema esta madrugada; Ouço buzinas na avenida, o barulho do meu sapato batendo sobre o piso de madeira - Onde você está? Com quem estas? - Acabo com meus cigarros, minha mãe diz que estou louca, talvez eu esteja, talvez um dia você me deixe de fato!
Uma e meia, e nenhuma ligação, nenhuma noticia, nenhum sinal.
Às duas e meia já estou bêbada, mas lúcida, pois sei que te quero aqui, procuro um tricô, mas estrago tudo e piso em cima.

Queimo páginas de livro, rasgo suas fotos, rolo na cama, me arrasto no chão, estou obcecada e às cinco da manhã desço as escadas... Dirijo feito louca nas ruas da cidade, em todos os bares, não há como te encontrar.

Vou a seu apartamento e vejo você descendo as escadas com outra, arranco meu carro;
Mas não era você, não era ninguém, era apenas o efeito da loucura que o amor pode causar, talvez seja a combinação suicida de álcool, calmantes, nicotina e amor desenfreado.

Abandono meu carro, grito na avenida por seu nome, todos me olham, me apontam com
dedos sujos de realidade crua que estão envoltos também  e sei bem, pode ser meu fim.
Pode ser que esteja tudo acabado, - sinto que estou acabada, - às sete e meia da manhã de hoje, pra sempre.
Volto pra casa, por buxixo alheio fico sabendo que foste embora, vá!- vá e saiba que aqui neste lugar, dentro do meu apartamento vazio de cores frias, amaldiçoarei seu nome, nosso nome, e me entregarei a todo ócio desse devasso sentimento de amor.
 

domingo, 26 de dezembro de 2010

Deixa, por Thiago Almeida.

Meu deus, eu nunca imaginei!
Naquele dia te encontrar assim;
Foi difícil fingir não te ver,
Foi difícil tentar fugir,
Eu quis que tivesse o melhor de mim.

Nessas semanas ando passional demais,
Acho que ando lendo contos de fada demais,
E estou acreditando em todos eles.

Sei lá, todo assunto me parece o mais intimo,
Minhas amigas já perceberam que estou bem demais,
Tudo pra mim é sorriso, tudo pra mim tem teu encanto,
Tarde demais, estou encrencado.

Sinto saudades da batida do seu coração,
Da sua forma de querer me salvar de mim mesmo.

Brigado.
Deseje-me só felicidade, seja minha felicidade.

Vander Lee - Esperando Aviões.


Música linda demais, ouvi umas mil vezes esse fim de semana, junto com as outros desse dvd!
Super recomendo...

Beijos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Words, make sense to you?

 

Il n'y avait jamais personne dans cette vie que je pouvais comprendre complètement.
Quiconque a déjà voulu savoir.

Comum, por Thiago Almeida.

Minhas tardes são excepcionalmente comuns, sou comum, vivo comum. Sempre bebo café, sempre espero o sol se por, não tenho grandes ideais, às vezes tomo um ônibus quando estou longe de casa, quando preciso sair.
É raro, me incomoda ver gente, principalmente nesta época de fim de ano. Mas algo não comum, ou tão comum que seja até normal para quem estiver lendo e tentando entender-me do que estou a falar.
Um jovem rapaz chorava ao meu lado dentro do ônibus, havia me esquecido que as pessoas se comovessem procurei em suas mãos, e não encontrei nenhuma literatura - ora, algo lhe incomodava - perguntei se estava tudo bem, acho que isso é comum, os seres humanos tem por obrigação serem comumente gentis?
Ele disse que estava tudo bem, mas eu reconheci aquele olhar, o rapaz estava sofrendo de amor, pobrezinho não tinha mais que vinte e dois anos, e estava amando. Confesso, fiquei balançada, mas me distrai com um vendedor oferecendo doces aos passageiros...
O rapaz desceu do ônibus e me perguntei o que será desta criatura? Desejei-lhe sorte em sua vida, lembrei de mim vinte e dois anos atrás... Eu ainda chorava.
Cheguei a meu ponto de ônibus, desci e fui andando até minha casa, acendi uma cigarrilha de chocolate, adoro-as - é todo o prazer mundano que tenho e posso usufruir.
Abri minha caixa de cartas e decepções... Chorei.... vi nossas fotografias.... é, já fazem vinte e dois anos....


saudade, meu bem, saudade.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Desconforto de um leitor, por Thiago Almeida.


Esse dia, um leitor em uma carta bem escrita, me perguntou, por que que eu e como eu mulher, sabia tanto do amor?
Disse-me baixinho, pude sentir, em tua caligrafia pesada, que minhas palavras pareciam cravar sobre seu peito uma estaca, que lhe faziam sangrar.
Disse, que eu deveria parar de escrever de amor, pois cada leitura que ele fazia e refazia de um texto meu, era como a uma desgraça bestial daquelas provindas de alguma profecia apocalíptica dos cristãos, cumprindo-se em sua alma, era labareda de fogo queimando sobre sua alma pecadora e indefesa.
Indagou minha inspiração, acusou-me de destruir sonhos cor de rosa de muitos.

Depois de rir: confesso;  jamais poderei deixar de escrever e de viver da maneira minha. Se queres saber se amei, me leia e saberá se souber-me. Minha vida é minha por direito e parição de minha mãe, a ninguém interessa saber demais de mim quem sou.

Pois ....
Respondi dizendo, que sou bicho noturno, e entro nos piores covis, me choco com tanta verdade insensata, de graça e que nos meus livros de autores mentirosos jamais vi - às vezes queria ser cientista para
que eu pudesse criar um estudo deste sentimento amor,  os escritores enfeitam demais a verdade - este sentimento que parece matar, de amor que seja, tantos loucos.
Nas mesas dos bares, calada fico, tudo que eu preciso saber está escrito nos olhos, e nas canções noturnas, é uma sociedade secreta.
Quem está na mesa alegremente rindo da barbárie que é viver, não se toca, não tem acesso, ou finge muito bem não fazer parte deste clube suicida.
Quando olho um jovem casal, me assusto, arranco dentro de minha bolsa preta um cigarro e coloco meus óculos de grau, e sempre peço uma bebida, sei que dali sairá mais uma impiedosa verdade de dor, um belo capitúlo, belo pra mim que escrevo, torturante para quem viveu. 
Juventude cheira a amor, cheira a caos.
Observo incansavelmente, às vezes só perco de vista quando alguem ao meu lado, me pede um cigarro, sempre nego, quero contribuir com sua descrença no ser humano - ninguém é bom.
Dias passam, meses passam, tudo passam, e a profecia se cumpre, de noite, bem cedinho, depois da meia noite é quando a falta de sono e esperança bate no peito e convida a beber do drinque de rancor, - e sei ,em casa não há bebida que console mais do que esta, esta de matar.
No bar, de noite, tem o consolo de estar entre os seus, de estar nesta sociedade privada, privada de felicidade, se matam de beber e de gostar, coitadinhos... bem feito!


Sem mais,

Com carinho,

Madame Bleue.
           

Meu amor de mim, mesmo. Por Thiago Almeida.

Garoto esperto, fala tudo que quer,
Que acha que quer, me quer,
Eu quero, sempre quis quem me quisesse,
Só a mim,
Tenho ciúmes de quem me quis,
Por isso te quero só pra mim.

Não pense que sei tudo do amor - que sabe -,
Tudo sobre mim, ninguém nunca soube,
Ninguém nunca quis saber, ou pode.

Talvez um dia eu possa te dizer que te amo,
Se você deixar eu te amar - ninguém nunca deixou,
Mas já amei, pra ser assim, quem quer que fosse, que sou,

Amor nunca me levou a nada, levou-me ao meu amor,
Mas ele não era meu, era de quem não sabia amar,
Mas amor não é isso.

Amor é o que eu tenho dentro de mim,
É querer adormecer sobre seu peito, ouvir as batidas do seu coração,
Olhar nos teus olhos e enxergar o amor que você tem pra mim,
É sua mão, sobre a minha mão,
Nunca - não me diga não.

Não deixe morrer dentro de você,
Essa sua sede de aprender, aprender a amar,
Compartilhar com Deus, entre os seus,

Amar...

É como plantar e cuidar de uma flor, que
Só pode brotar em lindos jardins - em teu coração,
- deixe que ele seja meu, coração.

Obs.: Talvez um dia eu entenda, você entenda.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Oxalufã

Você faz tudo valer a pena,
Seu alá é onde tudo faz sentido,
Minhas lágrimas de emoção por ti,
Jamais irão cessar, te amo muito, 
Meu rei, minha vida, meu caminho, meu orí
Meu consolo, meu pai, meu conselheiro,
Meu amor, meu orixá , obrigado por ser seu filho 
e por nunca me deixar esquecer o amor que sinto por ti.
Quase um ano hein?



Lufã Ádùni.

Domingo 19, por Thiago Almeida

Agora não sou nada, vejo Um filme antigo,
Uma casa vazia, um copo com agua,
Tudo sem sentido.

Hoje, ontem e tem sido assim: dias sem grandes pretensões,
Tudo que eu ia querer, eu já sabia,
Tudo que ia doer, já me massacrava.
E não dava mais, tranquei todas as portas.

Mas não existe fechadura que impeça sua entrada
A dor do amor, é bandida, é invencivel,
Não me resta escolha se não aceita-la em meu coração,
Hoje, sempre.

Antes de te perder, já sei que te perdi
Pois nunca tive você.

Seja feliz.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Confissão, por Thiago Almeida.

Não faça isso,
Não deixe que eu me consuma,
Não me deixe sonhar de novo.

Pois só quero te encontrar mas nem sei,
Pois só quero te amar, mas nem sei se sei,
Pois quero te achar, mas nem sei onde deixei.

Um dia te encontro em um encontro casual,
Um dia eu nem te encontrei e já sei que te amo,
Um dia eu queria que tudo fosse diferente.

Ontem fiz planos pra nós,
Ontem chorei sem saber quem somos nós
Ontem eu sei que te amei demais.

E hoje eu sei que não passou de ilusão,
Pois ontem eu não o vi e me desesperei,
Não era real, 
Era apenas o mais fácil pro casual.
Mas amanhã talvez seja como sempre foi,

Mas já sei que nunca mais.

sábado, 23 de outubro de 2010

Verdade pronta. Por Thiago Almeida, em uma outra reflexão, talvez.

Enormes são os fatos que vivenciamos em momentos digamos vulgares de nossa vida, não vulgar do termo pejorativo, mas sim com referência ao corriqueiro ao habitual, por exemplo: Ser surpreendido pela chuva no mês de dezembro; é uma coisa comum, uma coisa normal; tomar um ônibus lotado é comum, não para todos, mas o é no mais.
Dentro do corriqueiro e comum de sua vida, o personagem de hoje, que me é tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, vivenciou algo que quebrou seu ideal de dia comum, um furo, uma realidade simples e latente.
Dentro de uma situação maçante, sem nenhuma novidade, encontrou um ex-amor. Amor? Desculpem, acho que ele nunca amou este rapaz, todo esse seu sentimento foi derramado sobre um ralo, mas não por este, por outro. Este apenas jogou no ralo o seu respeito, talvez um simples carinho: notem que pra mim ás vezes é difícil falar deste personagem, ele é tão complexo que nem mesmo eu, que tão próximo estou não consigo decifrá-lo, ou entende-lo.

Voltando ao fato fatídico: De cara ele não o reconheceu: uma barba crescida faz toda a diferença. Mas o sorriso, e os pequenos lábios tentando pronunciar o seu nome – ah! Isso foi como tapa: ACORDE INÚTIL, É ELE, O QUE DISSE A VERDADE SOBRE VOCÊ, O QUE LHE MOSTROU QUE TODOS VIAM O QUE VOCÊ ACHAVA ESCONDER.

E então, o momento foi simplesmente comparável a seguinte situação: foi como dar uma mordida em um alimento aparentemente saboroso, mas com gosto de estragado - logo os seus enormes olhos reviraram, os músculos da face bruscamente arredondada contrairam-se – e como um foguete desses de artifício - virou o rosto, como se estivesse cuspindo aquela comida estragada, cuspindo a presença, vomitando aquele perfume, que cheirava mal. Foi como uma mudança drástica de um desses dias ensolarados para um céu de nuvens negras e carregadas.

Foi um trovão: o rapaz sentiu todo o desprezo do rosto virado do personagem; coitado! - Desceu do ônibus sem graça, e tentando fugir da tempestade que caia na cidade. Só isso que posso dizer por ele.

Dentro do ônibus, no ultimo assento, do ultimo lugar no ônibus, que já não era mais acolhedor como à realidade de sempre o fazia de fato ser, o meu amigo personagem estava em polvorosa agitação, passavam-lhe mil coisas sobre a sua cabeça meramente chata: Suas orelhas pareciam estar emergidas em brasa pura, seu coração – esse daí tava disparado, parecia um tambor de escola de samba. - o reflexo imediato de acender um cigarro, que logo fora auto-advertido: Dentro dos ônibus do transporte público, não se pode fumar! – só pensa nisso, ah, se aquela cigarreira brega de courine bege falasse.

Uma mistura de orgulho, raiva, alegria, curiosidade, lhe tomou conta e ele só sabia pensar neste ocorrido, em seus vários ângulos, em sua repercussão, em sua escrita talvez tardia.

Desceu do ônibus, em sua parada, tomou umas gotinhas de chuva, devorou um pão de queijo de uma das vendinhas do lugar em que estava,
tomou um gole de café e partiu em busca da sua realidade – sempre abstrata - mas não conseguia esquecer o fato: Talvez esquecerá mais tarde, nunca se sabe.
O que eu sei que o que vim contar aqui, é apenas um desabafo, um buxixo sem eira nem beira, não interessa de verdade a ninguém, faz parte do cotidiano deste meu amigo personagem que todo dia, brinca de viver e de verdade vive.

Até mais, até outro furo desses, ô....

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

OFF ESPECIAL: "SEM NOME rs " por Thiago Almeida.

Depois de remoer todo o amargo de um cigarro na boca
Todo o cansaço de um dia seco, comum nestes lugares.
De todos os sonhos que ficarão para o amanhã
De repente nos vemos livres de um sentimento que perdurava no coração

O perdão se faz, se perdoar, e perdoar o outro por não corresponder.
Ao meu outro sentimento.

Por pra fora tudo que se sente, nem sempre é em vão.
Causa dor, muitas lágrimas, muito rancor.
Mas no fim, tudo tem um significado.
O perdão.

Como dito em outros versos, perdoa-se até o próprio louco coração.
Que ama sem estribeira, sem qualquer noção do são, um tanto fanfarrão.
E nos coloca neste jogo de mais perder, de sempre, de não ganhar.

Sentado na mesma cadeira do bar vazio, ouvindo as mesmas canções.
Sem nenhum pudor, sem nenhuma espera, sem nenhum sentimento.
A espera do nada, sem cobrar do meu próprio coração um por que ou há de que.
Desejando-te boa sorte em tuas novas distrações, de longe, bem longe.

Existe apenas, o compromisso de respirar
E ser o de sempre, mais um.
Nú e cru, ser errante.

Thiago Almeida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vai, de Ana Carolina.

Espera aí!
Nem vem com essa estória
Eu nem quero ouvir
Não dá pra te esquecer agora
Como assim?
'Cê disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi

Calma aí!
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério...
Vivi pra você
Morri pra você

Pois então vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar

Pois então vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar

Então tá bom!
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim

Tá legal!
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim

(Pois então) vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar

(Pois então) vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar
Uhuu, de volta pra mim
De volta pra mim...


Ps.: disse tudo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

OFF ESPECIAL: Então Vai, por Thiago Almeida.

Outra decepção!
Em meio a tantas palavras,
Em seu bilhete de despedida, era tudo que eu conseguia ler,
Decepção, outra, decepção,
Outro covarde, outro, outrora.

Eu juro, eu gostaria de estar chateado, fumando mais um cigarro,
E pensando na vida, na minha vida junto a tua vida,
Mas a descrença desses "happy end" de "Hollywood" já não me comovem mais.

Agora é seguir em frente e encarar a secura do dia,
A solidão de não te ter, mas de ter tudo e todos em volta,
Sabe-se lá o que você irá fazer, mas eu sei no fundo eu sei.
Jamais vai conseguir me esquecer.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Conversando no Bar, por Thiago Almeida.

Um dia desses numa conversa de bar,
A amiga querida julgou me entender,
Ela disse coisas sobre meu coração,
Sobre a emoção, disse que o meu problema de ser só,
Era porque eu não sabia amar.

Mas ela nem sabe, ela nem vê que por trás,
Dos inúmeros cigarros apagados em meu cinzeiro,
E por trás de uma gargalhada, das intensas goladas de conhaque,
De uma face desdenhosa,
Encontra-se alguém sozinho,
Que só queria a simplicidade de um "amar".

Eu grito, repudio, faço o jogo delas,
Pois o medo de deixar cair a mascara,
E deixa-las enxergar o verdadeiro ser que sou,
Aperta-me o coração.

Aqui atrás só existem lágrimas contidas,
Que de noite nunca secam,
Existe um rosto castigado, um tanto apavorado,
Com medo da vida, já quase perdida.
Em meio a noites desiludidas.

Elas nem sabem, mas eu amo você.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

OFF ESPECIAL: Um dia qualquer, por Thiago Almeida.

Em um desses dias quentes de agosto, ele acordou, e pensou em fazer o que tinha que ser feito, na verdade não recordo bem se ele pensou, acho que já está tudo dentro dele, é tudo muito automático em sua vida.


Escova de dente, creme dental, não - deixa pra depois do almoço - um café, um cigarro, deixa pra agora. Ele estava feliz, ouvindo suas canções de natal, sim, isso é só pra vocês verem como ele é ansioso, natal em agosto, aonde já se viu? Ainda tinha dia de finados, dia das crianças, aniversário de entes queridos.

Oh, meu deus! - a sua xícara caiu no chão, tentou remendá-la como sempre fez com seu coração.
Coração, ele tinha uma pelúcia de coração, que ele sempre dizia: Preciso lavá-la.

Lavou a alma, por volta das 11 horas da manhã, no meio das canções de natal, tocou uma canção, tocou a alma.

Ele sentou no banco de madeira, na varanda da sua casa, e chorou mais uma vez - ai minha nossa senhora, que mal eu fiz? - mas tava uma ventania chata, de vez em quando por causa do vento, ele sentia o perfume que estava usando, doce, doce, doce - ave Maria!

Cheiroso demais, já mudou de assunto de novo, gente, mas ele tava chorando ainda agora - Putz - ele se lembrou novamente, e conversando sozinho pediu - fulano, aparece, vai... - não cabe falar o nome da pessoa, isso soa antiético, coitado!

Como se o vento pudesse resolver seus problemas, já está ocupado demais enchendo os pulmões por aí, carregando sementes, refrescando os que estão com calor.

Ai meu pai, quem arranhou esse CD - Vixe Maria, lá vem ele reclamar, reclamão, parecia um velho ranzinza às vezes, mas tem um bom coração, eu sei que tem.

Foi pro trabalho, às vezes ele se diverte muito por lá, faz piada, fala besteira, pegou o ônibus, vazio por sinal, - deve ser porque hoje é sexta, e as pessoas tiram seus carros da garagem - sentou e viu passando pela janela sua cidade, cheia de gente alvoroçada na feirinha - risos - na parada seguinte, subiu mais uns passageiros, dentre eles o fulano, aquele que ele de uma forma ingênua pediu que o visse novamente, sentou-se do teu lado - conversa fiada - armadura de desdém.

E não é que o fulano falou a palavra saudades, disse que queria de novo, de novo e de novo e disse que seu coração, o coração do fulano veja bem, não o dele, não o de pelúcia, estava batendo mais forte, disse que queria beijá-lo ali, mas que isso não poderia acontecer, o que iriam pensar as pessoas?

Dois rapazes, se beijando dentro de um ônibus ele pensou - homens já foram enforcados por menos.

Incrível, ele estava tão feliz, nada mais poderia abalar sua vida, o fulano pegou em sua mão e disse algo como - Estou gostando de você.

De repente, assustou-se tinha passado da sua parada, e olhou pro lado e não era o fulano quem estava a lhe falar, na verdade não tinha ninguém.
Frustrou-se, levantou rapidamente da cadeira e na sua caminhada de volta a parada que deveria ter descido, pensou consigo - Como tenho uma imaginação boa - talvez uma lágrima tenha descido de seus olhos, mas ele como sempre fez questão de secá-la, passou seu creminho pras mãos e foi-se...

Daqui pra frente é tudo mais do mesmo, nem compensa falar... É vida real, entediante como é.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

OFF ESPECIAL: Hipocrisia, por Thiago Almeida.

Enoja quem tem coragem de enxergá-la,
Enoja-me a minha falta em denunciá-la.

Às vezes uma risada é meu grito de protesto,
Pessoas se apontam, pessoas se esquecem do espelho,
Da alma.

Falam do amor sem nunca o terem conhecido,
Repudiam e vivenciam os mesmos clamares.

O meu ódio também é hipócrita,
Pois sinto pelo os outros o que também deveria sentir por mim.

Você sempre esteve tão ocupado em falar como ele era um idiota,
E esqueceu-se de quantas vezes você o obrigou a ser assim.

Rosas, chocolates e um cartão bonito só dizem aos outros,
O que você gostaria que realmente fosse.

Eles acreditam, pois também fazem uso da hipocrisia geral,
Aprendem com você, como você, não, não aprendem.

Thiago Almeida.

OFF ESPECIAL: Noite de Destruição, por Thiago Almeida.

Faz tempo, o sol já se foi,
A esperança de ter comigo esta noite,
Vai embora a cada minuto que passa,
Já é meia noite, e nenhuma ligação.

É tarde, e tudo que restou foi um apartamento vazio,
A noite embalada por uma cantora de bolero,
Do bar da frente,
Sento de camarote na sacada deste apartamento, já não tenho forças pra chorar.

Já me embriaguei de tanto álcool e dor,
Nem a lua se interessa iluminar-me, tudo é escuro,
Vejo casais apaixonados correndo para não perderem o ultimo trem,
E os minutos não perdoam tudo é dor,
Por um instante penso te ver, mas é ilusão,
É apenas mais um na multidão.

Tento escrever, mas as lagrimas cegam-me as palavras,
A noite está findando-se,
As luzes do bar se apagam, a garrafa está vazia,
Como minha alma.

Preciso dormir, pois corre em boca miúda,
A esperança é a ultima que morre,
E neste novo dia, voltarei a lhe esperar,
Neste mesmo apartamento, que triste está.

Triste sem você, já não sei mais de amigos,
Já não sei mais de mim,
Já não me interessa mais o beijo apaixonado de novela.

Acordo tarde, uma dor de cabeça que parece partir-me a cabeça ao meio,
Pois partido já está meu coração,
Mais uma vez me preparo para meu ritual de espera,
O seu perfume preferido, o frasco cheio.

As palmas ecoando na rua avisam-me
O show desta noite começou,
Pegarei meu lugar de sempre.

No calor da noite e ao som de amargura,
Que tudo me diz,
Vejo você, irradiando um novo amor,
De braços dados com outro alguém.

Não era mais bolero, era marcha fúnebre,
Estavam sepultando meu amor e esperança.

Tentei chamar teu nome, mas os soluços,
Tiravam-me a voz.

Tive uma idéia, tiraria lhe dos braços da outra,
Tomei o ultimo gole, desci as escadas.
Dei de cara com um automóvel, que arremessou o meu corpo,
Em teus pés,
Era onde eu precisava estar.

Com os olhos já borrados de maquiagem,
Com meu vestido rasgado, meus ossos quebrados,
E o sangue derramado, me despedi de ti,
Foras minha ultima visão, olhei em teus olhos
E nada mais foi dito apesar das sirenes,

Sei que você entendeu,
Você costumava saber o que fazer,
Nas noites frias debaixo dos lençóis,
Quando eles pediam para que me amasse,
Desta vez nada pediram por mim,
Apenas disseram à frase que não consegui,
Diziam: adeus, maior amor de mim.



Thiago Almeida.

OFF ESPECIAL: Ilusão Corriqueira, de Thiago Almeida.

No dia em que te conheci,
Pensei: Seria tão bom.
No dia que te reencontrei,
Não pensei: Agi, e foi tão bom quanto imaginei.

Uma conversa fiada, verdades cheias de interrogações minhas,
Não sou fácil, ou na verdade sou mais que isso,
Sentei-me ao teu lado e beijei-lhe,
Foi tão boa sua retribuição, e naquele momento,
As interrogações ficariam pra mais tarde.

E foi um dos melhores momentos destes dias que venho vivendo,
Carinho e atenção às vezes é tudo que precisamos,
No fim, você se despediu me prometeu uma ligação,
E até ai estava tudo muito bem.

Aparentemente, quis me preocupar em não mostrar-me preocupado,
Mas por dentro, era tudo que eu mais queria.

Tentei enganar meu coração, me deitando com outro,
Alguns minutos de prazer podem adiar uma saudade,
Mas depois tudo acabou, e a realidade não perdoa, estava só.

Deitei-me sonhando em vê-lo novamente,
E um dia de agonia amanheceu ensolarado,
Os minutos passavam e castigavam-me o coração,
E você não veio, nem se quer lembrou.

No fim da noite, algumas lágrimas rolaram,
Mais uma decepção, mas você não tem culpa,
Esse é meu destino.

Não ouso fazer perguntas sobre onde você está,
Pois sei, que as respostas podem doer ou emudecer a alma.

Meus pensamentos vão de graça até você,
Reviro na cama,
Tento contornar minha emoção, enganando-lhe com futilidades do dia,

Faço uma oração, peço que te levem embora do meu coração,
Que já não agüenta mais.
E finalmente adormeço, meus sonhos enganam meu subconsciente
Nele você não está.

Mas a manhã fria chega,
Meus olhos embaçados procuram uma ligação perdida, uma mensagem, um sinal,
Mas encontram o quarto vazio e um maço de cigarros.

Um café, um cigarro, as obrigações de uma segunda-feira
E a esperança de ter de volta meus dias solitários
Onde os vivo sem esperança de ninguém.



Thiago Almeida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Ira de Fulana, por Thiago Almeida.

É hoje à noite, está tudo pronto
Com as copias da chave entrarei no palco:
Palco imundo, que é platéia de cenas de mais puro horror
E que hoje terás uma convidada especial: minha ira.
E uma cena jamais esquecida, cena de crime, cena de amor.

O roteiro: A infidelidade
O ator principal, já interpretou o amor para uma platéia de só um
A mim?
Serei apenas antagonista esta noite.
Gloria Grahame.

Lembro de alguém falar-me sobre bom gosto de uma atriz,
Um vestido preto,
Anel, brinco, bracelete, um homem errado
Cigarro aceso, um conhaque, a dose mortal
Será o melhor de mim

Um revolver dourado,
Passos solitários em becos sem saída
Escada vazia, apartamento arrombado
E é só aguardar, a melhor cena está por vir
Começará logo após o beijo dos mocinhos

Neste palco a mocinha, já não é tão mocinha assim
Está corrompida, está corrompendo, destruiu-me
Transformou-me em vilã
E o mocinho, impregnado de toda a
Sujeira do meio, tenta convencer aos que assistem, a tragédia que é sua vida

Abrem-se as cortinas, lágrimas de ódio
A mais bela atuação, disparos certeiros,
Platéia em choque
Sangue
Artificial, sangue podre.

Acaba-se ali, uma tragédia,
Que fora escrita pelo o destino,
E atuada, pelo os melhores atores
E que me fora entregada em cima do prazo
Sem tempo para pensar, só houve tempo
Para um desfecho, o final, o meu final.

Um crime, um adultério
Que irá estampar os melhores jornais
E que terei o prazer de contar aos críticos
Os promotores da injustiça
Detalhes sórdidos.

Porém, não fui eu quem escreveu esta história,
Apenas fiz o papel o qual o egoísmo
Do amor imundo de dois
Me caberam fazer

Não estarei mais aqui para ler o que será dito sobre mim
ou para um veredicto
Me juntarei a aqueles que um dia
Acreditaram no crime perfeito chamado amor
E não creio que seja no inferno,
Pois neste já padeci o bastante.

 
Thiago Almeida.
 
 
 
Galera, tá ai o poema com a temática "IRA", espero que gostem, estou pensando em um novo tema para escrever, aceito sugestões. Beijos a todos :*

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Preguiça de Catalina - Part III - O FIM, por Thiago Almeida.

Obs.: Galera esse post é o fim da história, ela começa na parte I "ô, não me diga" mas bom, só avisando. Bjs.
PARTE III - FIM



Acordou no outro dia, com os tamancos de sua mãe batendo sobre o velho piso de madeira do hall que dava pra escada de sua casa, em seguida o despertador tocou, era hora de levantar, uma preguiça avassaladora dominou Catalina, mais uma vez e venceu, ela adormeceu.

Por volta de uma da tarde, Catalina desceu as escadas e deu de cara com sua mãe que ainda parecia estar muito irritada, a mãe estranhou a presença da filha, pois achou que a mesma tivesse ido ao trabalho.

- Catalina Ivana, o que você está fazendo em casa? - perguntou sua mãe, dona Constanta que estava sovando no balcão de mármore da cozinha uma espécie de pão.

- Não fui trabalhar, e não, eu não estou preocupada mamãe - respondeu severamente Catalina.

- Sinceramente eu não sei o que você pensa da sua vida minha filha, termina um noivado, não quer trabalhar, nunca quis estudar, não tem amigos, não sai de casa nos dias de folga, tudo pra você se resume a dormir ou ficar em seu quarto, Catalina você não é invalida, você está viva e ainda é muito jovem pra esse tipo de comportamento - falou em tom de sermão dona Constanta.

- Mãe, com todo respeito, eu estou cansada, então vou subir e dormir - disse Catalina

- CANSADA? você dormiu até essa hora, não faz nenhum serviço doméstico, nem seu quarto você arruma!

- Você bem sabe, seu pai e eu vamos voltar para Romênia, daqui dois meses, está tudo pronto e você diz que não quer ir - Disse Dona Constanta ... Ela e o Sr. Ivan iriam voltar para Romênia, para viver uma vida simples no campo como planejaram, mas estavam preocupados com o destino incerto de Catalina.

- Sim, eu sei, mas eu ficarei por aqui, respondeu Catalina - que subiu as escadas, deitou em seu quarto, acendeu alguns cigarros, o cheiro de nicotina lhe incomodou, mas ela deixou a preguiça novamente lhe dominar e não abriu as janelas, continuou fumando até adormecer... e teve um sonho, daqueles que parecem filmes e nele ela se via em diversas situações, como as suas faltas na escola, os "bolos" que dava em seus namorados, amigos, parentes, a sua vida dentro daquele quarto, "encafifada" como dizia sua mãe, essas cenas de omissão àvida eram embaladas ao som de “Piece of my Heart” ... de repente Catalina desperta, e enxerga somente fumaça a sua volta, era difícil respirar, algo parecia estar queimando, era muita fumaça, e naquele momento, de repente um sujeito esquisito, baixinho, sentado, com orelhas pontiagudas apareceu e sorri para ela. Entorpecida pela fumaça e pelo o desânimo, perguntou bem baixinho:
Ilustração de Belphegor do Dictionnaire Infernal

- O que é você?

- Sou Belfegor, um velho amigo seu.

Catalina, não reconheceu esse nome de imediato, mas logo seus neurônios responderam e ela assimilou:

- Mas não é possível, Belfegor que conheço é um demônio, tido como o demônio da preguiça...

- Isso mesmo, adoro quando sou reconhecido - respondeu com sua voz aguda e ofegante, em um tom irônico.

- Fala sério, mas você existe? Estou louca? estou sonhando?

- Não Catalina, você está morta de preguiça - deu uma risadinha irônica e prosseguiu - No sentido literal - e riu novamente.

- Vou lhe contar, te acompanho desde os 13 anos de idade, e agora vim buscá-la para viver comigo em meu reino, serás minha nova escravinha, acho que usarei sua barriga para descansar meus pés cansados - falou o demônio - Lembra aquele suposto pacto que você achou ter feito no cemitério com suas amigas? Pois bem queridinha você realmente o fez, eu aceitei de bom grado, você e aquelas pentelhas.

- Mas não pode ser, e essa fumaça? - a fala de Catalina foi interrompida por uma tosse brusca.

- Essa fumaça foi à causa da sua morte, o cigarro caiu e queimou tudo, você não está enxergando?

- E dizem que o diabo ainda é ruim, olha só, a primeira coisa que queimou nesse muquifo foi seu guarda roupa de péssimo gosto, por sinal, que seu pai, o velho reclamão vivia ameaçando queimar.

- Não fala assim do meu pai, seu idiota - Catalina revidou as palavras da criatura.

- Pai? - riu o diabo - Seu pai agora sou eu, e vamos logo que ainda tenho que buscar mais criaturas desprezíveis como você ...ah, e história sobre ser minha escrava, é brincadeirinha, isso é mais de uma das mentiras da igreja.

O diabo agarrou o braço robusto de Catalina e sumiu no ar, feito mágica.

Chegando ao inferno, passaram primeiro no Ministério dos Pecados, para registrarem Catalina.

- Ministério dos Pecados? - Catalina riu - Essa é boa!

Olhou em sua volta, e viu em uma imensa placa: Departamento dos pecados capitais, 666° andar.

- Vamos - falou Belfegor - Temos que tirar seu RGI.

- RGI? - O que é isso? - Perguntou Catalina

- Registro Geral do Inferno, né? Dúúr - Debochou o diabo.

Chegando ao andar, Catalina entrou na fila e viu logo em sua frente, políticos conhecidos, pastores de igrejas, e murmurou consigo mesmo “Meu deus, eu tô louca”.

De repente ouviu-se um sinal, uma sirene, como as usadas em carros de polícia, todos ficaram alvoroçados, incluindo Belfegor e logo entraram pela saída de emergência dois homens, com pequenos chifres, calças de couro, coturnos desgastados e cabelos enormes, lembrando os roqueiros que Catalina costumava se interessar. Foram em direção da moça e abordaram-lhe:

- A senhorita disse a palavra proibida no inferno, e será multada a ouvir 999 vezes... deixe-me ver, você é do Brasil, então o pior castigo para você, de acordo com o guia rápido dos agentes do inferno é, ouvir o cd completo do Padre Marcelino Rossi, e ficará sem poder beber, fumar e sem pecar durante um dia inteiro ouviu? - Falaram um dos agentes, em um tom não muito certo do que estavam falando.

- Mil perdoes, ela é novata no inferno e ainda não sabe as regras - Interrompeu Belfegor

- É sua obrigação, ter passado a ela, no momento que a recolheu - Argumentou um deles.

De repente Catalina, envolvida num estado de êxtase e choque pergunta a um dos agentes:

- Meu De... Digo Meu diabo, você por acaso era o vocalista da banda Demônio Revolucionário?

- Sim, por que o espanto? Sou o “Podrêra” e esse aqui ao meu lado é o “Pagão” o baixista da banda - respondeu o semi-demônio.

- MAS O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? VOCÊS MORRERAM, TEM UNS TRÊS ANOS!

- Sim, e você também morreu, esqueceu? - rebateu Belfegor - Minha querida, pode acostumar-seaqui no inferno você encontrará muita gente conhecida, você verá que não é um tédio como o céu, aliás, muitos não suportam viver naquela chatice e pedem transferência externa pra cá.

- Eu sou fã deles, Be..l...fagar...

- BELFEGOR, B-E-L-F-E-G-O-R - por favor, é uma afronta errar o nome de um demônio tão importante como eu.

- Então, deixaremos passar dessa vez, mas tome mais cuidado.

- Pppprazeer. – tentou dizer Catalina

- Prazer? aqui a gente tem muito disso garotinha, estamos indo, até uma próxima....



Catalina pensou que estava no paraíso, um lugar aonde ser preguiçosa não era pecado, onde o hino nacional era cantado por uma banda de “Heavy Metal”, onde vodka brotava nas fontes, ali era o lugar que ela sempresonhou. Não precisaria trabalhar, não precisava se preocupar com nada, somente em ser ela mesma.



666 dias depois....

Catalina mudou-se para cidade do rock, um condomínio nobre no inferno, vive feliz com seus vizinhos celebres, outro dia desses, ela e Janis se encontraram e andaram peladas no bosque libertino.

E senhor Ivan e a Dona Constanta, continuam rezando pela alma de sua filha, porém sem muito êxito, voltaram para Romênia e estão felizes - Dona Constanta às vezes fala - O senhor sabe o que faz, se ele a levou, ele tinha um lugar melhor para ela.

Mal sabe Dona Constanta, mal sabe....






Thiago Almeida.


A Preguiça de Catalina - Part II, por Thiago Almeida.

PARTE II

Os dias se passavam, e Catalina estava cada vez mais preguiçosa, inventava doenças, criava congestionamentos,tudo para justificar suas faltas e atrasos no trabalho. Em um desses dias seu celular toca, e ela o atende:

- Catalina, gostaria de almoçar com você hoje no shopping, é possível? - era Dimmitri, e carregava em sua voz um tom.frio e desdenhoso, Catalina achou estranho, já que ela não via o noivo há mais de três semanas, e sim, ela não fazia a mínima questão . Dimmitri, era filho de um casal Russo de classe média alta, era advogado no escritório de seu pai e bem religioso, Catalina não o suportava, mas sua mãe lhe dizia que era um bom partido e que não deixaria faltar comida para seus futuros netos e que ela não podia deixá-lo escapar, na verdade tudo que ela queria, era escapar daquele noivado, Catalina se bastava.Pensar em si mesma e se ocupar fazendo nada eram compromissos inadiáveis para ela.

Ela respondeu:

- Não querido, o shopping é muito longe, vamos comer lá em casa mesmo?

- Temos que conversar e prefiro que seja a sós. - indagou o rapaz.

- Então me pegue meio dia, pode ser?

- Sim, meio dia estarei na recepção.

E se despediu de modo prático, sem lhe falar dos jogos de tênis, ou de sua coleção de tampinhas de garrafa, bem diferente do habitual, Catalina sabia que algo havia acontecido. Ligou no ramal de seu chefe e lhe falou que teria que levar sua mãe ao hospital e por isso precisava ser liberada do turno da tarde “ Vou aproveitar o almoço com aquele panaca, para dar uma fugidinha do turno da tarde” - pensou Catalina.

E já pensava no momento em que se despediria de Dimmitri, chegaria em casa e deitaria em sua cama macia, ouviria seus CDs de rock “pauleira” e iria comer as barras de chocolate que ela havia comprado na doceria nova da esquina e dormiria em um sono profundo e relaxante.



Meio dia, shopping lotado, era Julho, crianças para todos os lados e Catalina reclamando da escada rolante estar desativada pois algum garoto havia enfiado algo na engrenagem da escada. Na decisão de onde comer, Catalina opta por fast-food, "Essas coisas ainda vão te matar", ouve em seus pensamentos a voz aconselhadora e gritante de sua mãe ecoando-lhe sobre a cabeça, "Ainda bem que você está tão longe mamãe” com essa frase mentalizada afastou a voz de dona Constanta..

- Pois bem, fala Dimmitri, o que você quer?

- Serei direto, como você sempre gostou que eu fosse Catalina - respondeu o jovem

- Só espero que não seja pra desabafar sobre as crises da sua mãe, manda essa mulher pro sanatório logo.

- Não é sobre minha mãe!

- Não?
Poster de Janis, no quarto de Catalina.

- Não, é sobre nós, quero terminar nosso noivado, acabou pra mim, estou farto da sua displicência com minha pessoa

- Ahn? era isso? por que você não me disse no telefone? também estou cansada de você, da sua mãe louca e do seu vocabulário jurídico.

- Como eu imaginei Catalina, você não gosta mesmo de mim, uma pena, pois eu acho que te amo.

De repente Catalina cuspiu a batata frita que mastigava lentamente:

- ME AMA? Desculpe Dimmitri, mas não nasci para o amor, não quero ser como minha mãe, quero ser livre, quero ter minha liberdade, quero acordar e poder fazer mais uma tatuagem sem me preocupar com o reverendo, com minha família, quero durmir até tarde...você vai arranjar outra moça que se interesse por você e pela sua coleção de tampinhas - debochou Catalina.

- Isso tá maravilhoso, diz Catalina, referindo-se as batatas fritas.

Dimmitri se cala, e deixa a mesa bruscamente de cabeça baixa, certamente ele estava chorando, mas isso não abalou as estruturas do mundo de Catalina, ela devorou seu sanduiche, desceu as escadas, comprou cigarros na banca de revista e foi embora de taxi.



- Em casa? essa hora? - perguntou dona Constanta, curiosa.

- Sim, me liberaram mais cedo, vi seu queridinho hoje mãe, o chato do Dimmitri... e ah, terminamos nosso noivado - falou Catalina

- MEU SANTO DEUS! COMO TERMINARAM? O QUE VOCÊ FEZ SUA CRIA DO DEMÔNIO? SIM... Catalina bateu a porta do seu quarto e colocou um disco de vinil de sua cantora favorita, deitou em sua cama, acendeu um cigarro, mordeu um chocolate e logo após adormeceu.

CONTINUA....

A Preguiça de Catalina, Part I, por Thiago Almeida.

PARTE I



Tudo acontece no centro da cidade, uma casinha modesta que resistia bravamente entre prédios que pareciam achatar-lhe, "Casa modesta, sim, mas construída com dinheiro ganhado por seu pai com muito suor!", era o que sempre dizia Dona Constanta Popescu, uma senhora de 62 anos.

Dona Constanta era uma mulher um tanto quanto rechonchuda, tinha um longo cabelo branco que sempre estava preso sobre um coque, adorava literatura, principalmente as oriundas de seu saudoso pais natal, a Romênia. Ela freqüentava assiduamente a Igreja Ortodoxa do bairro Baltazar Cortês, adorava cozinhar e contar histórias de sua infância e lamentava sempre que podia o fato de estar em um país estrangeiro, era casada com o Sr. Ivan Popescu, dono de uma mercearia no centro da cidade onde se vendia iguarias da qual importava de seus parentes na cidade de Giurtelec, onde ele e sua esposa nasceram.

O senhor Ivan era um homem de 65 anos, muito rústico, adorava coisas simples como a comida de sua amada esposa, ir à missa, fazer contabilidade de sua loja com o velho papel e caneta, - sim, ele recusava o uso de computadores ou calculadoras.Tinha uma pele sardenta castigada pelo o tempo e o cansaço, longos bigodes e sempre estava de boina e cantarolando canções religiosos em sua língua natal, o romeno.

O casal tinha 4 filhos, três voltaram para Romênia, para suas cidade natal e já haviam se casado e a mais nova Catalina Ivana Popescu, que tinha pavor só de pensar em viver naquele pais frio, trabalhando em lavoura. Catalina tinha 30 anos, se formou em ciências contábeis e trabalhava na tesouraria da prefeitura desde então, ruiva e com grandes olhos azuis, estava bem acima do peso. Tinha um noivo, Dimitri o qual não pretendia se casar. Ela era fã de Janis Joplin, adorava cinema, astrologia, e dias de folga o quais passava vendo TV. Tinha um hábito o qual seus pais desaprovavam,era fumante e não iria abandonar o cigarro por nada.

Certo dia, Catalina respondeu um teste em um revista velha deixada no escritório, no titulo dizia: VOCÊ É SEDENTÁRIA? O resultado de Catalina foi acima da média para negativo, e um conselho da revista alertava: Cuidado, pratique atividades físicas, sedentarismo não combina com mulheres do século XXI, o que pensarão suas amigas se você não couber naquele vestidinho da estação. Catalina deu uma risada irônica e pensou - Mulher do século XXI? Haha, nesses momentos tenho que concordar com mamãe e ser uma mulher da idade da pedra - pegou delicadamente sua cigarreira e acendeu velozmente um cigarro.



Catalina tinha pavor de qualquer atividade física, no sentido bem literal, unilateral e semi-lateral da palavra.

- Foi uma luta com essa menina, se eu a deixasse nem teria terminado a escola, só queria saber de ficar em casa e ouvindo aqueles enviados do satã, que a deixavam possuída! - indagava dona Constanta.

Os enviados do satã na verdade eram as bandas de rock que Catalina ouvia em sua adolescência, e a suposta possessão eram frutos dos gritos de Catalina em momentos de explosões hormonais, culminados pelas regras "caretas" de seu pai.



- Na verdade ela só melhorou depois que o pai ameaçou queimar aquele guarda-roupa fúnebre dela, e das minhas novenas e promessas que fiz para o senhor Jesus e dos sermões do reverendo - dizia a mãe

- Depois dos sermões do Reverendo Tudor, ela deu uma melhorada! Mas mesmo assim o pai tinha de lhe deixar todo santo dia na universidade, porque senão ela passava o dia no quarto, com aquele troço fumarento "Dona Constanta não falava a palavra cigarro, fumante e seus derivados em sua casa", que deus tenha piedade da alma da minha filha

Existiam duas coisas na vida que Catalina temia: Acordar cedo e os sermões do reverendo Tudor.

 
CONTINUA....

A Preguiça de Catalina, por Thiago Almeida.

Boa noite senhores, demorei, mas cá estou com uma nova postagem, ainda referente ao especial dos SETE PECADOS CAPITAIS, o tema seguinte é a preguiça, pecado qual eu admito que sou bem adepto.
Espero que gostem da breve história de Catalina, fiz com carinho.

Beijos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ganância - Part II, por Thiago Almeida.

O suficiente se é no momento,

Somente

Paisagem perfeita:
- Jóias na vitrine
Momento perfeito:
- Quando ornadas sobre mim

Os bons sonhos?
São os embalados
Nos leitos de um castelo

Perfume ideal?
Os mais caros
Nos melhores frascos
E que entorpecem os bolsos mais cheios

A melhor bebida
A que mais borbulha numa taça de cristal
E na cabeça de quem me promete

Não me fale de intenções
Meu idioma é muito caro
Porém, o entendo melhor quando perco
Algarismos de vista

Levem-me ao altar
Bem alto, na sacada de um palácio
Mais perto dos deuses, para vestir-me como tal

Se me reclamam o amor a natureza
Digo que amo, pintada nos quadros mais caros

Sobre meu passado?
Já houve alguns disparos
Mas o cheiro de jasmim
Sempre foi mais forte que pólvora

Acusam-me de ganância
Os acuso de não me pagarem o suficiente

Vivo para isso, para o ter
O ter tudo, tudo no mundo

Não pode haver riqueza em minha alma
Se não existir em meu cofre.




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Boa noite senhores.
Já chegamos ao terceiro poema do especial, e espero não perder o pique para os próximos. Obrigado a quem está me acompanhando e comentando, aos que não comentam tambem obrigado.

Voltem sempre.

Beijos.

Thiago Almeida

Ganância

Um provérbio flamengo diz: "O mundo é um monte de feno - reúne todos quantos ele pode."Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe. É um egoísmo excessivo direcionada principalmente à riqueza material, nos dias de hoje pelo dinheiro. Contudo é associada também a outras formas de poder, tal qual influencia às pessoas de tal maneira que seus praticantes chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar chegando ao extremo de tirar a vida de seus desafetos.
No cristianismo, é o pecado capital a avareza.


Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gula - Part II, por Thiago Almeida

Toda tarde, saio do trabalho
Atravesso becos escuros
Alucino, só penso em encontra-las
Novas, saborosas e cheirosas

Sentir teu cheiro, teu sabor
Morde-la com carinho
E devagar, bem devagar

Sento-me na mesa mais próxima
E a observo como os outros rapazes a devoram
Dirijo-me ao balcão
Peço uma, é só para começar
Duas pra alucinar
Já foram três
E quatro serão pra uma irmã que jamais existiu

Experimento outros sabores
Outros temperos e tudo me é pouco
Um vinho, um pouco de chá, um café
Morango, salgado, chantilly, amargo
Nada é o suficiente

Já está para anoitecer e ainda estou preso
Na prisão dos desejos, dos sabores
Garfos, louça barata, colheres

Chego em casa, ligo o som
É o tempo para eu começar meu ritual secreto
Onde ninguem pode ver, comer

Rasgo o embrulho,
Rasgo no dente
E devoro, devoro a fome, e devoro a mim

Sem dedo alheio, sem olho
Sem pedaço, sem limite.


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Mais um, bem fraquinho, tentei ser engraçado mas meu lado Chico Anisio não anda dando as caras.
Espero que gostem de "A Gula", afinal é um pecado tão gostoso né?

Beijos de morango rs

Thiago Almeida.