segunda-feira, 12 de março de 2012

Versos de Adeus.


Vou ter que te esquecer, acabou. Aquele sábado selou o que restava da gente, cansei de tecer ilusões com o que resta dos nossos retalhos.

Cansei de o meu sentimento passar por ti de maneira tão imperceptível que você nem por si só, me enxerga.

Cansei de amar sozinho, cansei de ser seu, sozinho.

Que Deus, ou pelo menos o meu amor próprio ajude-me a esquecer seu telefone, teu nome, tua voz, teu carinho.

A dor já é algo tão incrustado em mim, que meu corpo nem lágrimas produz. Sou nada, e demorei pra entender.

Você é tudo, e nunca irá entender.

 Dói tanto, pensar que não vou mais rever, dói tanto porque sei que pra você não me ver, nada dói.

Não quero te ver nem em um dia de sorte.

 E eu espero ter a sorte de não mais de ve-lo andar em meus caminhos, cruzando as esquinas que eu sempre cruzei sozinho.






Madame Bleue.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Esquecer, e lembrar de mim. por Thiago Almeida.




Cheguei cansada de tanta labuta e também, mais ainda, de um sentimento inerte - olhei no espelho e tentei entender o que não tem mais cara: não vi mais nada; só talvez o tempo passando bem em minha testa.
Nem quando olhei dentro dos meus olhos, e olhei fundo não mais reconheci meu coração, tentei examiná-lo, mas ele estava lá no fundo e escuro, como se estivesse trancado em um porão.
Sentei e lembrei, fui a fundo a cada lembrança, passei pela primeira de te ver, na segunda de te amar e nas milhares em que ainda tento te esquecer, e confesso ainda estou arrasada pela ultima - lembrei de tantos detalhes que pude ouvir minha voz rouca, murmurando algo que nem mesmo eu pude entender, meus olhos fugindo, carregados de insegurança desde sempre, e muito suor em meu corpo; mas percebi que em ti - tudo mudou.
Tomei um gole de cerveja e não desceu bem, tinha algo engasgado em minha garganta: senti cada gota arranhando as minhas cordas vocais calejadas de gritarem seu nome. Então fumei e em cada tragada a fumaça me fazia mal, tudo ruía dentro de mim. Senti-me como um azulejo velho que aos poucos apodrece e se desprega da parede.

 As minhas idéias ficaram tão loucas que percebi que tanto amor é nada, que jamais será nada, que tudo foi nada e de nada meu coração está farto.
Amanhã, vou procurar outro afago sem ser mesa de bar. Talvez eu crie forças pra esquecer, antes que seja tarde demais e eu continue a só esquecer de mim  -  Antes que seja tarde demais para olhar pra trás e não me ver estirada em baixo de um viaduto qualquer,  antes que seja tarde demais para lhe ver passando com seu carro pelo resto das tripas e vísceras que restarão de mim.


Madame Bleue.