sexta-feira, 6 de março de 2015

Confissão inacabada, por Thiago Almeida

Cinco dias de festa, cinco dias em que as pessoas geralmente expulsam seus demônios e se entregam ao amplo sentido de festejar a carne e preparar o corpo para o tempo sacro que virá. Antes que me pergunta, era 2014. Antes que prossiga, vou falar de mim, embora digas que me conheça eu mesmo não conheço, apenas narro os fatos o qual a memória ainda me traz.


Havia acabado de sair de uma pequena desilusão sentimental, assim eu chamo. Pra receber-te: meu amor. Antes que eu termine, vou confessar, comecei com grande pique a escrever. Mas agora não dá mais não. Eu só queria deixar escrito, que lá fora chove, aqui dentro da seção onde trabalho eu só escuto as batidas do meu coração que às vezes me deixa sem ar. Dentro de mim a estúpida esperança de que você apareça e me peça pra tomar aquele café de um ano atrás. Ou ser mais estúpido ainda e ligar-te e dizer que meu peito se despedaça em saudades.


CALE-SE, a sociedade não vê com bons olhos a quem a dor se entrega. A quem com orgulho nenhum grita a todos e alto e bom tom, o amargor da sofreguidão.