Cinco dias de festa, cinco dias
em que as pessoas geralmente expulsam seus demônios e se entregam ao amplo
sentido de festejar a carne e preparar o corpo para o tempo sacro que virá.
Antes que me pergunta, era 2014. Antes que prossiga, vou falar de mim, embora
digas que me conheça eu mesmo não conheço, apenas narro os fatos o qual a
memória ainda me traz.
Havia acabado de sair de uma
pequena desilusão sentimental, assim eu chamo. Pra receber-te: meu amor. Antes
que eu termine, vou confessar, comecei com grande pique a escrever. Mas agora
não dá mais não. Eu só queria deixar escrito, que lá fora chove, aqui dentro da
seção onde trabalho eu só escuto as batidas do meu coração que às vezes me
deixa sem ar. Dentro de mim a estúpida esperança de que você apareça e me peça
pra tomar aquele café de um ano atrás. Ou ser mais estúpido ainda e ligar-te e
dizer que meu peito se despedaça em saudades.
CALE-SE, a sociedade não vê com bons olhos a quem a dor se entrega. A quem com orgulho nenhum grita a todos e alto e bom tom, o amargor da sofreguidão.
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