segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Arrasada, por Thiago Almeida.


Meia noite sinto que serei um problema esta madrugada; Ouço buzinas na avenida, o barulho do meu sapato batendo sobre o piso de madeira - Onde você está? Com quem estas? - Acabo com meus cigarros, minha mãe diz que estou louca, talvez eu esteja, talvez um dia você me deixe de fato!
Uma e meia, e nenhuma ligação, nenhuma noticia, nenhum sinal.
Às duas e meia já estou bêbada, mas lúcida, pois sei que te quero aqui, procuro um tricô, mas estrago tudo e piso em cima.

Queimo páginas de livro, rasgo suas fotos, rolo na cama, me arrasto no chão, estou obcecada e às cinco da manhã desço as escadas... Dirijo feito louca nas ruas da cidade, em todos os bares, não há como te encontrar.

Vou a seu apartamento e vejo você descendo as escadas com outra, arranco meu carro;
Mas não era você, não era ninguém, era apenas o efeito da loucura que o amor pode causar, talvez seja a combinação suicida de álcool, calmantes, nicotina e amor desenfreado.

Abandono meu carro, grito na avenida por seu nome, todos me olham, me apontam com
dedos sujos de realidade crua que estão envoltos também  e sei bem, pode ser meu fim.
Pode ser que esteja tudo acabado, - sinto que estou acabada, - às sete e meia da manhã de hoje, pra sempre.
Volto pra casa, por buxixo alheio fico sabendo que foste embora, vá!- vá e saiba que aqui neste lugar, dentro do meu apartamento vazio de cores frias, amaldiçoarei seu nome, nosso nome, e me entregarei a todo ócio desse devasso sentimento de amor.
 

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