terça-feira, 24 de maio de 2011

Mulher Perdida, porThiago Almeida.

Sempre quis ser perigo, mas a vida só me fez mulher. Queria carregar grandes sonhos, mas nos meus pequenos braços só carreguei enxada e foice.
Na cidade grande; grande eu queria e dores grandes vivi. Aprendi a beber; bem mais que alguns homens feitos de ferro e dinheiro aguentariam - aprendi a amar. Aprendi o caminho de casa – mas já não existia um lar. Vivi bandida de crime algum; fui poeta de clandestinas estrofes. Fui a outra na cama de quem amor me dizia. Queria calar-me perante vida de tanto sofrer, queria de tanto sofrer calar esta vida vazia que me engole a cada dia. Vida voraz, sujeita avante, criatura imbecil e errante: dando escândalos nos bares, de maquiagem pesada e dormindo na calçada. Atire neste corpo sua ultima bala e quero que sejas certeira, quero que atinjas meu coração, quero ser só cérebro e razão por dois segundos que seja nesta vida. Cansei-me de ilusões!

Agora enterrada no fundo da terra – Só quero razão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário