domingo, 21 de julho de 2013

Perdoem, por Thiago Almeida.



Faz tempo - eu vim embora. Faz tempo, eu estou no mesmo lugar.

Eu ontem quando passei a mão no rosto, já com minha mão áspera como antes não era - senti as marcas da vida em minha fronte. Eu que bem tentava, eu que pouco falava, eu que jamais me encontrava, e que tanto dizia e nunca bastavam palavras.

Eu bem que queria fazer tudo diferente, mas fazer a diferença com o que eu sempre julguei ser tão pouco era o meu dilema.

Meu coração às vezes explode tanto de emoção, de amor, de angustia, mas sabe? – É tanta carne e é tanto sangue, é tanta mágoa e tanto pranto, que é tão difícil abrir a boca e tão difícil controlá-la.

Você que acha que eu não tenho medo de fazer por onde, mal sabe o que grita dentro de mim. Que em meus desejos mais complexos, no fim o que eu queria era apenas levar a vida que vocês quiseram pra mim.

Meus dias, às vezes me sufocam por eu não saber por onde começar, e quando começo, a incerteza dos caminhos de onde vou chegar me fazem parar. Todo dia, apesar das faltas de certezas que eu carrego comigo mesma, no fim de cada dia eu só queria fazer recompensar os amores que os outros sentem por mim.

Fico feliz por ainda conseguir registrar aqui uma gota do que meu coração anda transbordando: Meus anseios, meus medos, minhas incertezas, minha vida, minhas amigas, minha família.

Não me faço tão clara, pra que você não se assuste com que amarga dentro de mim.

Com amor,

Madame Bleue.

2 comentários:

  1. Lindo. Madame Bleue sabe escrever o que eu sinto! <3

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  2. "Meus dias, às vezes me sufocam por eu não saber por onde começar, e quando começo a incerteza dos caminhos de onde vou chegar fazem-me parar." :} madame Bleue me representa!

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