segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sem amor algum, por Thiago Almeida.

Ando tão cruel comigo mesma, decretei fim ao meu coração, não consigo mais amar e isto penaliza minha escrita, se vocês meus caros leitores vissem minhas gavetas e meus últimos escritos talvez tivessem noção do caos que me abate. Tudo que tenho escrito ultimamente vai para a lixeira, nada me agrada, tudo isso porque não estou emersa no que inspira meus dedos com esmalte vermelho carcomido, o maldito e bendito amor. Percebo que viver sem amar é tão confortável que ao papel não há nada a ser dito, nenhuma verdade cruel para externizar e fazer dilacerar o coração sombrio de quem me lê, ser racional tem um preço, vivemos sem o doce afago da paixão, chegamos ao fundo do poço e enxergamos o paraíso. Esta condição é muito rara para mim que nestes dias conturbados, onde nem a natureza se prostra mais aos homens me mantenho gélida a tudo. Não sei até quando estarei bebendo sobriamente, não sei até quando viverei sem paixão: confesso, estou bem amparada, estou me dando à oportunidade de ser fútil, marco viagens, compro vestidos e pinto meu cabelo. Nem o soar dos pianos que emana dos bares da Rua Gabriel Eterno me comovem. Acho que sem amor, eu não existo e quando não me encontro não me escrevo. Que Deus não me castigue amanhã de manhã com alguma surpresa ao meu coração, talvez eu durma até mais tarde para que eu fuja dos acasos do amor. Encerro esta nota com muito apreço por vocês, meus fiéis companheiros, falarei desta forma suave, pois sei que são abutres esperando pela detorioração da minha alma através do que sempre escrevo.

Sem mais,

Madame Bleue.

6 comentários:

  1. Adorei! Todas as mulheres usaram ou usarão um dia esse desabafo... A diferença é q vc sabe como expressá-lo... Luv Ya*** Raline Romaiany

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  2. Meu amigo, sei o que sentes. Pois essa alma egoista me impede de ter outro sentimento senão de egoismo. Por isso fantasio o futuro na esperança de esquecer o meu hoje. Meu amigo já deve ter ouvido isso, mas é muito corajoso em assumir a dor. Obrigada pelo lapso de verdade.

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  3. Meu caro amigo, sinto também como se tivesse perdido minhas asas, e isso é triste... mas é preciso ser forte, pois, como diria Cecília Meireles "É por perder-me que vão me lembrando/ Por desfolhar-me que não tenho fim". Acho que essa frase estampa bem esse seu sentimento, e creio que o meu também. :) Grande abraço.

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  4. Parabéns. Não tenho mais nada a dizer e mesmo se tivesse, julgaria desnecessário. Parabéns.

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  5. Madame Bleue, o amor me faz sentir mais viva.Dele não consigo fugir.Seria como morrer.
    Espero que em algum momento reencontre o amor, de surpresa, numa bela manhã!

    Pina

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  6. eu tb torço por ela, ela é racional demais, acha que o momento certo deve acontecer nos momentos em que ela julga ser o certo ... vai entender os alter egos....


    Thi.

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